Sabemos que melhor e mais completo alimento é o leite materno. Mas gostaria de explicar a vocês o porquê dessa veneração que muitos pediatras e profissionais da saúde têm por esse alimento tão rico!

Começo falando sobre o aleitamento materno, que se trata não só do alimento, mas do vínculo mãe e filho. Muitas mulheres têm o desejo de amamentar antes mesmo de estarem grávidas, outras nem tanto. Mas um fenômeno fisiológico muito comum que ocorre ao nascimento do bebê é a liberação do hormônio do amor, a ocitocina! Este hormônio é responsável pela ejeção do leite materno, redução de sangramento pós parto, entre outros benefícios. Mas ele tem essa fama, pois muitas mães relatam sentir o maior amor do mundo logo após o nascimento do bebê, e muitas que não tinham vontade de amamentar, comentam que após o parto, nasceu junto com o bebê essa vontade da amamentação. O contato pele a pele e o olho no olho entre mãe e bebê, através desse ato de amamentar reconectam novamente os 2 corações que pulsaram juntos desde a concepção e agora pulsam cada um em seu corpo, além de ajudar o bebê a melhor se adaptar à vida extrauterina.

Esse laço de afeto criado com a amamentação traz diversos benefícios para a mãe e para o bebê.

A mãe que amamenta sente-se mais confiante e segura, ela tem uma melhor percepção melhor sobre o seu bebê. Além disso, ela fica mais protegida contra sangramentos pós parto, contra depressão pós parto, contra câncer de mama num futuro e ajuda a retornar ao seu peso antes de engravidar. Tudo isso orquestrado por hormônios que são liberados em sua corrente sanguínea.

Já o bebê que é amamentado sente-se mais seguro no seio de sua mãe, pois nele há seu cheiro, sua voz e o pulsar de seu coração - já conhecido por ele. Os bebês amamentados ficam menos doentes, desenvolvem melhor autoconfiança e autoestima além de terem uma saúde mental melhor. Os bebês que são amamentados sentem menos dor, pois a amamentação tem efeito analgésico (redução de dor). A amamentação também protege contra doenças inflamatórias intestinais e doenças respiratórias (causa mais comum de doenças em bebês e crianças)

O leite materno é uma substância biológica viva muito mais complexa do que a soma dos seus componentes nutricionais. O leite humano contém não apenas macro (proteínas, lipídeos e aminoácidos) e micronutrientes (vitaminas e minerais), mas também células vivas (células de defesa), fatores de crescimento e substâncias imunoprotetoras, melhorando dessa forma, a imunidade do bebê, melhorando o funcionamento intestino, protegendo contra desenvolvimento de diabetes, obesidade, doenças inflamatórias intestinais e doenças respiratórias (causa mais comum de doenças em bebês e crianças). Muitos estudos também demonstram que crianças amamentadas têm um desenvolvimento neurológico melhor devido a substâncias conhecidas como Ácidos graxos poliinsaturados de cadeia longa (LCPUFA), os mais famosos são o DHA e ARA, que promovem a mielinização e o desenvolvimento do sistema nervoso (esse processo ajuda nas conexões cerebrais) e ajudam no desenvolvimento da visão do bebê.

Este artigo foi escrito para fins informativos e não substitui a consulta médica. Consulte sempre um pediatra qualificado para ter o diagnóstico e tratamento individualizado.

Referências: Amamentação: a base da vida. Departamento Científico de Aleitamento Materno - Sociedade Brasileira de Pediatria. 2018 UptoDate: Ácidos graxos poliinsaturados de cadeia longa (LCPUFA) para bebês prematuros e a termo UptoDate: Benefícios da amamentação na infância.